Toda criança adotada é resgate espiritual.
Vamos elucidar com um caso real para o bom entendimento de todos.
Vladimir nasceu numa família feliz. Mãe e pai bem humorados, centrados e amorosos. Não demorou muito para sua mãe desencarnar. Dois anos após a morte de sua mãe, o pai de Vladimir casou-se novamente. Sua esposa logo se afeiçoou ao pequeno Vladimir de 3 anos e meio de idade. Onde a madrasta estava, lá estava o pequeno Vladimir sorrindo e brincando feliz. Suas afinidades eram tantas que o pai ficava pensando como poderia aquilo acontecer se fisicamente eram tão diferentes.
Passado algum tempo, o casal se desentendeu e decidiram se separar. O pai logo brincou de super-homem carregando as malas e o menino pelas mãos. Na saída da casa o menino berrava muito e a madrasta, não aguentando a separação, acabou desmaiando. O homem, todo descompensado, após o refazer da esposa, disse que ficaria mais um tempo na casa tentando fazer os acertos entre eles para que não houvesse tanta dor na separação entre eles, já que ele também estava sofrendo pela ruptura.
A mulher o olhou atentamente lhe dizendo que ele poderia ir embora, que não se importava, desde que deixasse Vladimir com ela, que com 7 anos era como se fosse o seu filho biológico. Pela decepção do pai a verdade doeu demais, e justificando que não deixaria seu filho com a madrasta porque o garoto era filho legítimo dele e de sua esposa falecida, o levaria com ele por direito. A madrasta, chorando, dizia que materialmente ele poderia ficar com tudo. Carros, casas, dinheiro, mas que deixasse com ela o menino Vladimir. O homem não entendia esse apego entre eles e foi-se carregando o garoto pelas mãos aos berros.
Não demorou dois dias e o pequeno Vladimir foi internado com febre muito alta. Não havia diagnóstico médico para aquela criança que aparentemente não tinha nada a não ser a febre que aumentava. Logo ele chamava pela madrasta que estava fisicamente muito longe dele. Após algumas horas, o médico pediu ao pai do menino que fosse buscar a madrasta do pequeno, pois ele estava com suas forças esgotadas e não resistiria à febre tão alta.
Orgulhoso, o pai teve que ceder enviando a passagem de avião à sua ex-companheira. Enquanto aguardava o tempo passar ele rezava tanto e com ardor que teve como visão sua esposa, a verdadeira mãe do seu filho. Ela aparecia sorrindo e feliz. Nas mãos dela carregava uma foto da madrasta do seu filho impulsionado a mesma para as mãos dele. Ao acordar daquele transe ele não sabia o que dizer. Estava longe de entender aquela visão. Ao comentar o caso com um amigo, enquanto aguardava a melhora do seu filho no hospital, ele ouviu de seu amigo que a representação de sua esposa desencarnada é que ela estava punindo-o por ter se casado novamente e agora mostrava a foto da madrasta querendo lhe dizer que ela era a culpada da aparente doença do seu filho. Mais raiva ainda ele começou a ter da sua atual esposa e por isso mesmo durante a sua chegada a recepção foi dura.
Magnólia, que era o nome da madrasta do seu filho, imediatamente foi chamada à UTI do hospital. Ao chegar perto do garoto Vladimir ela foi acariciando-o e conversando afetuosamente com ele. Não demorou muito para o pequeno começar a apresentar melhoras. Em dois dias o pequeno já estava pronto para ir para casa.
Novamente o pai o levou e a madrasta voltou para sua casa na distância do tempo.
O pequeno começou a ter febres novamente e, de volta ao hospital, delirava chamando pela mamãe do coração. Magnólia não resistiu ao chamado e desta vez não arredou o pé. Impulsionada pelo amor, reforçou a sua coragem e como mãe do coração desta vez levou seu filho para sua casa.
Após um ano ela já era a mãe oficial do garoto, ganhando a guarda judicial. O pai entendeu que os vínculos entre a madrasta e seu próprio filho eram maiores do que o amor entre ele e seu próprio filho carnal. Triste com o ocorrido, mas pronto ao enfrentamento, teve um sonho com sua ex-esposa. Ela novamente aparecia carregando a foto da madrasta do seu filho entregando-o ao marido. Dizia que a mãe verdadeira de Vladimir era Magnólia. Os dois tinham vividos uma vida anterior como mãe e filho e na guerra da Alemanha tinham se perdido. Acontecia ali um resgate. Como nessa vida Magnólia não poderia ter filho fisicamente, foi escolhida uma mãe para ele que pudesse gerá-lo. Por isso ela tinha cumprido seu papel e logo desencarnado. Cada um faz a sua parte. A compreensão e o bom entendimento fazem parte da busca do conhecimento e sabedoria de cada um. Por isso a lei dos homens diz que cada um tem o que merece.
Para bom entendedor fica aqui a história de que o amor sempre vencerá. Não importa como. Ele é maior do que tudo. A adoção de uma criança não é por acaso. É também pelo resgate e isso ninguém impedirá. Nenhuma lei mudará uma história de vida.
Até a próxima.
Por um espectro de luz.